UNITAS
FAB e US Navy começam treinamentos de combate aéreo
A partir deste sábado (14/11) até o próximo dia 22, caças da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Marinha dos Estados Unidos (US Navy) vão treinar juntos em combates aéreos simulados. O exercício UNITAS acontece durante a passagem pela costa brasileira do porta-aviões norte-americano USS George Washington, que está em deslocamento do Sul para o Sudeste do Brasil, contornado o continente Sul-Americano durante viagem do Japão até a costa leste dos Estados Unidos.
Na parte aérea, do lado norte-americano, vão participar caças F-18E/F Super Hornet e F-18C/D Hornet, além de aviões-radar E-2 Hawkeye. Todos vão operar a partir do porta-aviões USS George Washington.
Já da parte brasileira, caças F-5 e A-1 vão operar a partir das Bases Aéreas de Canoas e Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. Eles serão apoiados por aviões-radar E-99 e aviões-tanque KC-130. Em paralelo, aviões de patrulha marítima P-95 Bandeirulha e P-3 Orion vão realizar missões de combate anti-submarino, busca de alvos navais e coordenação de ataques navais.
O cenário dos combates aéreos consiste em caças brasileiros A-1 realizarem missões de ataque a alvos fictícios, tanto no continente quanto no mar, com a proteção dos F-5M, enquanto os F-18 norte-americanos vão tentar impedí-los. Em dias alternados, os papéis vão se inverter: os F-18 farão a escolta dos A-1 e os F-5M farão o papel de força oponente.
"A expectativa é a melhor possível, sobretudo, em função da aeronave contra a qual iremos realizar o combate dissimilar, o F-18", explicou o Brigadeiro Fernando Almeida Riomar, comandante da Terceira Força Aérea, unidade responsável pelo treinamento das unidades de caça e de reconhecimento da FAB. Segundo ele, os pilotos brasileiros atingiram um nível elevado de conhecimento, por conta priorização desse tipo de treinamento. “Em termos de doutrina e capacitação, no meu entendimento, nossos pilotos estão muito bem preparados, especialmente, no que se refere ao nível de consciência situacional nas missões de combate”, afirma.
O planejamento prevê simulações de combate na chamada arena BVR (Beyond Visual Range), quando os caças identificam seus alvos pelo radar e lançam seus mísseis antes mesmo de enxergarem os oponentes, e também na arena WVR (Whitin Visual Range), quando são empregados mísseis de curto alcance e canhões. Os treinamentos vão ocorrer em áreas do espaço aéreo onde já acontecem missões de rotina da FAB, sem interferência para a aviação comercial.
Cooperação internacional
"É uma oportunidade de se aproximar e exercitar de maneira colaborativa nossas habilidades em um ambiente naval de desafios crescentes", afirmou em comunicado oficial o Contra-Almirante George Ballance, comandante da Quarta Frota da US Navy. Segundo ele, um exercício como a UNITAS é uma oportunidade de aprendizado. "A participação do USS George Washington e de sua ala aérea neste ano faz desta uma das maiores UNITAS dos últimos tempos", disse.
De acordo com o Brigadeiro Riomar, o exercício UNITAS tem um aumento de complexidade pelo fato de a FAB operar a partir das Bases Aéreas no continente e a US Navy do porta-aviões, o que requer maior atenção no fator coordenação. "Sempre fizemos esses exercícios com as aeronaves de caça operando a partir de uma só Base Aérea, facilitando sobremaneira, a comunicação e, consequentemente, as coordenações no decorrer da execução do exercício”, explica. Nesta quinta-feira (11/12), dois helicópteros Sea Hawk da US Navy pousaram na Base Aérea de Canoas com militares norte-americanos que irão atuar na parte de planejamento dos voos.
Em três anos, esse é o terceiro exercício da FAB ao lado das forças armadas dos EUA. Em 2013, em Natal, aconteceu o exercício CRUZEX Flight. No ano passado, os dois países participaram da terceira edição do exercício Salitre, realizada na cidade chilena de Antofagasta. Nos dois casos, os EUA estiveram representados pela sua força aérea, a US
Air Force, com caças F-16.
UNITAS
A UNITAS é um exercício realizado pelas marinhas da região desde 1960. Esta é a edição de número 56, e terá a participação das fragatas brasileiras Constituição, Liberal e Greenhalgh, do submarino Tapajó e dos navios-patrulha Gurupá, Babitonga e Amazonas, além de rebocadores e dos helicópteros UH-12/13 Esquilo e AH-11 Lynx.
Entre os estrangeiros, além do porta-aviões USS George Washington e seus navios de apoio, haverá a participação de embarcações do Chile, México, Peru e Reino Unido. Durante o adestramento, parte do contingente irá simular uma força inimiga, enquanto os demais vão atuar como uma coalizão, como pode ocorrer de acordo com as resoluções da Organização das Nações Unidas.