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Mg Tv | Publicada em 07/03/2020 14:22

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DEFESA TV - Farmacêutica é a Primeira Mulher na presidência do Laboratório da Aeronáutica


Marcelo Barros | Publicada em 07/03/2020 06:35

O poder gentil que conduz processos e tratamentos está nas mãos da mulher farmacêutica brasileira, que é filha, mãe, esposa, profissional, estudante e professora…todas as funções acontecem numa intersecção perfeita, sob a batuta feminina, cuja força profissional comanda e acolhe!

Há muitos exemplos de inspiração e do poder feminino da farmacêutica. Um deles é personificado pela tenente coronel farmacêutica, Andreia Guerra, que acaba de assumir o cargo máximo na direção do Laboratório Químico-Farmacêutico da Aeronáutica (LAQFA) (foto), aos 49 anos. Ela deverá ocupar o cargo por dois, seguindo o regimento da corporação. Depois disso, há outros desafios em sua carreira, igualmente grandiosos.

O que você pode fazer a respeito?

O LAQFA existe desde 1971, tendo como objetivo a fabricação de medicamentos para atender ao comando da aeronáutica e ao sistema público de saúde. Em 2019, foi inaugurado o centro de manipulação farmacêutica (CEMFAR) com o intuito de manipular medicamentos oncológicos a serem administrados nos pacientes do Hospital de Aeronáutica do Galeão (HFAG).

“O CEMFAR está caminhando para atingir sua capacidade plena, fato que buscaremos ainda em 2020. Ainda neste ano, pretendemos concluir o projeto da Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF), que terá como objetivo centralizar o recebimento de medicamentos e produtos para a saúde, adquiridos pela FAB, que serão utilizados nos hospitais da força aérea e distribuídos pelo Brasil”, comenta Andreia.

O LAQFA, assim como outros laboratórios públicos de produção de medicamentos, possui Parcerias para Desenvolvimento Produtivo (PDP) em andamento, além de projetos de transferência de tecnologia, ambos com o objetivo de fortalecer a produção nacional de medicamentos. São projetos de longo prazo, iniciados em anos anteriores.

“Durante o período em que eu estiver na direção do LAQFA, daremos continuidade e esses projetos, pois, temos a certeza de serem importantes para o LAQFA, para a FAB, para o Ministério da Saúde e, principalmente, para o Brasil”, defende a farmacêutica.

A ten. cel. Andreia acredita que a qualificação é primordial para o sucesso da carreira, mas, acima de tudo, é preciso comprometimento, dedicação, ética, respeito, caráter e, principalmente, o amor à profissão farmacêutica. Acompanhe sua entrevista exclusiva ao Portal de Conteúdo do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico.

A senhora poderia contar um pouco de sua formação?

Tem. Cel. Farmacêutica Andreia Guerra – Em 1988 eu iniciei o curso de Técnico em Química, na então Escola Técnica Federal de Química do Rio de Janeiro. Fiquei encantada com a matéria de química orgânica, com as sínteses e retrossínteses e, então, busquei por cursos de graduação, em que o foco era o estudo de substâncias orgânicas aplicadas à saúde e, assim, cheguei ao curso de Farmácia. Em 1991 iniciei a graduação na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde me graduei em Farmácia Industrial, em 1996.

E como a aeronáutica surgiu em sua vida?

Tem. Cel. Farmacêutica Andreia Guerra – Estava cursando o penúltimo período da faculdade quando uma amiga me falou do concurso para a aeronáutica. Ao mesmo tempo em que realizava o último período da faculdade, participei do processo seletivo para o quadro de oficiais farmacêuticos da aeronáutica. Ambos – o último período da faculdade e o processo seletivo – terminaram praticamente juntos. Um mês após colar grau na reitoria da UFF, em 2 de setembro de 1996, estava me apresentando na Escola Preparatória de Cadetes da Aeronáutica (EPCAR), para início do curso para Oficial da Aeronáutica.

E como o LAQFA entrou em sua vida?

Tem. Cel. Farmacêutica Andreia Guerra – Ao concluir o curso para oficial me foi dada a possibilidade de trabalhar no Hospital Central da Aeronáutica (HCA) ou no Laboratório Químico-Farmacêutico da Aeronáutica (LAQFA). Na faculdade me identifiquei com a manipulação e produção de medicamentos. Então, não tive dúvidas de que o meu lugar era no LAQFA. Apresentei-me no laboratório em 2 de dezembro de 1996. No LAQFA iniciei minha trajetória como 1° tenente, tendo ocupado os cargos de chefe da seção de controle em processo, seção de sólidos e subdivisão de produção. Como capitão, realizei os cursos de especialização em tecnologia industrial farmacêutica, na UFRJ, e o curso de especialização em Engenharia Farmacêutica.

E como foi sua trajetória dentro do laboratório?

Tem. Cel. Farmacêutica Andreia Guerra – Ainda como capitão, realizei o curso de aperfeiçoamento de oficiais (CAP), quando tive a oportunidade de realizar um MBA em Gestão Pública, ministrada pela UFF. Fui indicada como instrutora para o CAP – um reconhecimento pelo bom desempenho no curso.

Em 2014, já como major, fui designada para desenvolver a atividade de instrutora na escola de aperfeiçoamento de oficiais (EAOAR), orientando a produção científica dos capitães da FAB e de nações amigas. Na EAOAR fui designada como chefe da subdivisão de execução do CAP. Permaneci na função por um ano e meio, quando, por necessidade do serviço, retornei ao LAQFA, e continuei minha trajetória. Fui, então, designada para a divisão técnica e, posteriormente, já como tenente coronel, assumi a coordenação técnica e responsabilidade técnica do laboratório.

No LAQFA, o cargo de coordenação técnica é prerrogativa do segundo farmacêutico na hierarquia. Atuei como coordenadora técnica e, então, fui designada para assumir a direção do LAQFA, em fevereiro deste ano.

Como a senhora vê a carreira de farmacêutica militar no Brasil?

Tem. Cel. Farmacêutica Andreia Guerra – A carreira de farmacêutico militar é muito gratificante, pois permite uma atuação não só técnica, mas também operacional. Tive a oportunidade de participar de Hospital de Campanha, por ocasião da epidemia de Dengue, no Rio de Janeiro. Contribui, aqui do LAQFA, para fornecer medicamentos e produtos para a saúde, destinados à ajuda humanitária em calamidades nas quais a FAB atua em prol da população brasileira ou outros povos, como no terremoto no Haiti.

Em fevereiro, a FAB coordenou a Operação China, trazendo brasileiros de volta para o Brasil em decorrência da epidemia causada pelo Covid-19 (coronavirus). O LAQFA pôde contribuir com o fornecimento de repelente de insetos e protetor solar para o uso durante o período de quarentena.

A senhora considera a sua carreira de sucesso?

Tem. Cel. Farmacêutica Andreia Guerra – Considero que tenho uma carreira de sucesso, mas também acredito que o sucesso é alcançado pelo comprometimento, dedicação e esforço. Sempre busquei dar o meu melhor em tudo o que faço, pois acredito que boas oportunidades devem ser bem aproveitadas. Entrar em uma universidade federal e trabalhar nas forças armadas e em um laboratório farmacêutico militar foram excelentes oportunidades que tive na minha vida. Tenho de agradecer aos meus pais e meu marido, que me incentivaram em relação aos meus estudos e crescimento profissional.

Como é ser a primeira mulher na direção de um laboratório da aeronáutica?

Tem. Cel. Farmacêutica Andreia Guerra – Fui uma das primeiras farmacêuticas do QOFARM a ingressar na FAB, em 1990. Hoje, 29 anos depois, o LAQFA tem a primeira mulher na direção.  É um orgulho imenso ter sido indicada para dirigir esta unidade militar. Vejo como um reconhecimento pelos bons serviços prestados ao LAQFA e à Força Aérea. É um voto de confiança da diretoria de saúde da aeronáutica (Dirsa) e do comando geral de pessoal (COMGEP).

Quais seus principais desafios à frente do cargo?

Tem. Cel. Farmacêutica Andreia Guerra – O LAQFA iniciou, no final de 2019, a manipulação de medicamentos oncológicos, hematológicos e reumatológicos destinados aos pacientes do Hospital de Força Aérea do Galeão (HFAG). Buscaremos, neste ano, alcançar 100% da necessidade do Hospital. Somos responsáveis pela aquisição e distribuição dos KIT SSS – primeiros socorros, destinados aos pilotos e aeronaves da FAB.

Os diretores anteriores iniciaram bons projetos para o LAQFA, aos quais será dada continuidade: projetos de parceria para desenvolvimento produtivo de medicamentos estratégicos para o Ministério da Saúde e projetos de transferência de tecnologia, ambos visando ao fortalecimento do parque fabril do LAQFA, além da central de abastecimento farmacêutico, que é um projeto desenvolvido inteiramente com o capital intelectual interno.

O LAQFA trabalha para atender à necessidade do Sistema de Saúde da Aeronáutica (SISAU) e dos nossos militares, assim como à população brasileira, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Como a senhora enxerga a força da mulher farmacêutica?

Tem. Cel. Farmacêutica Andreia Guerra – Como falei anteriormente, minha trajetória como profissional farmacêutica foi, e ainda está sendo, no LAQFA. Mas, acredito, que, independentemente de onde a mulher farmacêutica esteja atuando – no meio civil ou militar, na indústria, no hospital, na manipulação ou na drogaria – o importante é o comprometimento, a dedicação, a ética, o respeito ao público-alvo, o caráter e, principalmente, o amor à profissão farmacêutica. Esses fatores levam ao sucesso e à realização profissional.

Toda a organização militar possui o seu Distintivo de Organização Militar, o ‘DOM’. No DOM do LAQFA está escrito ‘Aliviar a dor é obra divina’. Deus colocou nas mãos do farmacêutico a responsabilidade de conduzir o vetor para o alívio da dor: o medicamento.