NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

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REDE GLOBO


Conheça mulheres que superaram desafios para entrar na Esquadrilha da Fumaça

Mais Você comemora o Dia Internacional da Mulher ao mostrar a história das mecânicas e aviadora que conquistaram profissões que, antes, eram só exercidas por homens

Por Gshow — Rio De Janeiro | Publicada em 08/03/2019 11:50

Oito de março, Dia Internacional da Mulher. O Mais Você, que sempre reverenciou o poder feminino, não poderia esquecer desta data tão especial. No programa desta sexta, Ana Furtado chamou o repórter Rafael Castro, direto de Pirassununga (SP), para mostrar três mulheres que são exemplos de garra e coragem. Uma delas é piloto, as outras fazem parte de um grupo conhecido como Anjos da Guarda. Elas trabalham na Esquadrilha da Fumaça que, há 67 anos, tem a missão de divulgar e representar a Força Aérea Brasileira, fazendo acrobacias pelos "céus" do Brasil e do mundo.

As Sargentos Rogéria Marin e Thelma Hypólito são mecânicas da equipe Anjos da Guarda, grupo chamado assim pois faz a manutenção das aeronaves que encantam o público com seus desenhos no ar. Primeira mulher mecânica da equipe, Sargento Marin contou como foi entrar num lugar que, antes, era dominado por homens.

"Foi muito tranquilo. A recepção foi muito boa. Foi uma realização de um sonho entrar para a Esquadrilha de Fumaça, fruto de muito trabalho e dedicação. E mostrando que, com competência, a mulher pode trabalhar em setores que até então eram dominado pelos homens".

O grupo Anjos da Guarda não tem esse nome à toa. A Sargento Hypólito revelou como é o dia a dia de uma mecânica do time, que garante a segurança para os pilotos nos voos.

"O carro para para fazer revisão, aeronave também faz inspeção. Toda a vez que isso ocorre, a gente olha todos os equipamentos dela, tanto parte mecânica, elétrica, assento, capacete, comunicação, entre outros. Através desse trabalho, a aeronave tem um voo mais seguro dentro das apresentações da Esquadrilha da Fumaça".

Já na equipe de instrutores de voo da academia da Força Aérea Brasileira, a Tenente Juliana Souza ensina técnicas para novos pilotos. Ele é uma das três mulheres que ministram aulas, numa variável de mais de 100 instrutores. A Tenente falou sobre a responsabilidade de servir como modelo para outras mulheres.

"Pra mim foi uma grande vitória ter conquistado esse espaço, onde nós estamos em pouca quantidade. Só quero estar aqui para incentivar as meninas, as mulheres do Brasil a seguir o sonho, e não sentir nunca diminuídas diante das dificuldades que aparecem."

PORTAL EL PAÍS


A saga das mulheres para comandar um avião comercial

Licenças concedidas a mulheres teêm crescido nos últimos anos, mas ainda a passos lentos. Dificuldades para ingressar neste mercado vão do alto custo da formação ao machismo estrutural

Beatriz Jucá | Publicada em 08/03/2019 05:30

Quando Jaqueline Ortolan Arraval, 50 anos, fez a primeira aula experimental de voo, foi mais por curiosidade do que por qualquer pretensão de virar piloto de avião. Era início dos anos 1990 e pouco se via mulheres comandando grandes aeronaves comerciais no Brasil. "Eu achava que não era uma profissão pra mim", conta. Ela trabalhava no setor processual em terra de uma grande companhia aérea, e o contato constante com colegas que estudavam aviação lhe provocaram certo fascínio. Perguntava tanto sobre a experiência de voo que um dia um amigo lhe convidou para acompanhá-lo em uma das aulas. A curiosidade do início se tornou um sonho profissional, e Jaqueline passou a frequentar aeroclubes e trabalhar incessantemente para conseguir pagar as caras aulas de aviação e acumular as horas de voo necessárias para conseguir a licença de piloto. Só seis anos depois — e com um elevado investimento de tempo e dinheiro — ela conseguiu comandar um avião pela primeira vez. “Depois que comecei, em nenhum momento, pensei em desistir por ser mulher", diz.

Desde que Jaqueline iniciou sua saga pessoal para conseguir pilotar um avião comercial, há 29 anos, a presença de mulheres na aviação brasileira até cresceu, mas a passos muito lentos. No ano passado, apenas 2,9% das 14.380 licenças para piloto comercial de avião validadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) eram de mulheres. Em 2017, este percentual era de 2,8%. A baixa participação feminina mostra que a aviação comercial brasileira ainda é bastante masculinizada. Para se ter uma ideia, o percentual feminino com licença de piloto de linha aérea de avião — o topo da carreira — mal chegava a 1% do total de 5.211 licenças em 2018. Ainda assim, Jaqueline acredita que a visão de que pilotar avião não é trabalho pra mulher é mais uma questão cultural externa do que algo intrínseco ao setor aeronáutico. “É mais pelas pessoas de fora que pensam assim, como se este não fosse um espaço para a mulher. Mulher voa sim, e as empresas hoje querem mulheres voando. Esta é uma profissão que foi durante muito tempo masculinizada, e as mulheres ainda não sabem que também podem ocupar esse espaço”, afirma.

As maiores dificuldades neste mercado, diz Jaqueline, independem de gênero e estão mais relacionadas aos elevados custos da longa trajetória de formação que deve ser seguida até que a pessoa esteja apta a pilotar uma aeronave. "A dificuldade maior existe para todos: conseguir pagar as aulas e horas de voo, que podem custar em torno de 800 reais a hora", conta. Quando decidiu que seguiria com as aulas e investiria na carreira de pilota, Jaqueline deixou o emprego em terra na companhia aérea em que trabalhava e se tornou comissária de bordo, que pagava melhor. Durante anos, trabalhou em jornadas intensas para conseguir pagar as aulas e ir progredindo nas licenças, que exigem quantidades de horas de voo diferentes conforme o tamanho da aeronave e também o tipo de atividade. Quando completou 40 horas de voo, ela tirou a primeira licença, de piloto privado, e passou a ser copiloto em mais uma tentativa de acumular horas no ar. Foi neste processo que viveu a única experiência de machismo explícito dentro da aeronáutica.

Jaqueline havia acordado com o dono de um monomotor que seria copiloto, mas antes do voo o comandante se recusou a voar com ela porque poderia ter "problemas em casa" ao viajar com uma mulher. “Foi a única vez que eu senti [o machismo explícito]”, diz Jaqueline. O episódio, porém, não a abalou, e ela seguiu na árdua tarefa de alcançar as 1.500 horas de voo necessárias para conseguir a licença para comandar um avião comercial de uma grande companhia. Conquistou o feito depois de seis anos. Sob seu comando, tinha um Airbus 320 que sairia de São Paulo e terminaria o itinerário em São José do Rio Preto. "Era um voo de quatro pernas, mas não lembro quais eram as paradas", conta. Apesar de toda a segurança técnica conquistada depois de anos de um treinamento exaustivo, o frio na barriga tomou Jaqueline naquele dia. "A segurança operacional é claro que eu tinha, mas aquele momento significava alcançar um sonho”, lembra. Desde então, ela segue na profissão.

Pressão social em meio a uma rotina pouco convencional

Apesar de defender que homens e mulheres precisam enfrentar grandes dificuldades para conseguir chegar a pilotar um avião comercial, Jaqueline reconhece que as pressões sociais tornam, sim, este espaço mais difícil para as mulheres, especialmente na hora de equilibrar uma rotina de trabalho pouco convencional com as pressões domésticas. Isso fica evidente, por exemplo, durante a maternidade. Quando engravidou de gêmeos, em 2003, Jaqueline precisou tirar licença para evitar quaisquer riscos de aborto por conta da pressurização. Seis meses depois de dar à luz, porém, resolveu retornar ao trabalho. Organizou um esquema de cuidados para os filhos, já que poderia estar fora de casa por até seis dias seguidos, e dividiu as responsabilidades com o marido. "Realmente, no inicio é bastante complicado. A gravidez virou a rotina do avesso", diz. “Quem assumiu grande parte do que normalmente a mulher que assume com os filhos foi o meu marido. Ter um parceiro foi importante para eu conseguir continuar na aviação”, conta.

Jaqueline tentava fazer escalas de viagens menores para estar sempre com os filhos, em Itu, onde vivem. Mesmo assim, sofreu pressão de familiares e amigos por estar deixando os gêmeos com o pai. “Mas eu era muito bem resolvida. Sabia que as crianças iam crescer e compreender”, diz. Os gêmeos agora têm 13 anos e não é raro que Jaqueline escute alguém próximo expressar um sentimento de pena pela suposta distância da mãe piloto, que faz questão de levá-los em suas viagens de trabalho durante as datas comemorativas. “Coitados nada! Meus filhos já foram dez vezes pra Disney. Vamos combinar que estão melhores que muitas crianças! Eu ficava dias inteiros com eles quando estava na cidade, muitas mães que trabalham oito horas por dia em uma rotina dita normal não podem fazer isso nunca”.

Militar Carla Borges pilotou pela primeira vez, há dois anos, um avião presidencial Arquivo pessoal FAB

Não seguir uma rotina diária convencional não significa ser ausente, embora Jaqueline diga que já precisou abrir mão de uma série de datas comemorativas com a família. "Mas foi uma escolha da profissão. Poderia acontecer com outras", diz. Com quase 30 anos na aviação, Jaqueline diz que tem notado o interesse maior das mulheres pelo setor, mas que o ritmo ainda é lento até pela dificuldade de se estruturar financeiramente para ingressar na carreira. "Hoje eu tenho muitas amigas guerreiras, que passaram por essa mesma trajetória que eu e hoje estão muito bem", conta.

O Governo não oferece nenhum tipo de ajuda econômica para formar pilotos, e a maneira mais barata de ingressar na aviação é por meio da Força Aérea Brasileira (FAB). Neste caso, a pessoa precisa passar por um concurso que em geral é bastante difícil. Essa possibilidade para o público feminino, porém, é bem recente. Em 2008, há apenas 11 anos, o órgão recebeu as primeiras mulheres para o Curso de Formação de Oficiais Aviadores. No ano seguinte, pela primeira vez, uma dupla feminina comandou uma missão: as tenentes Joyce de Souza Conceição e Adriana Gonçalves, do Sétimo Esquadrão de Transporte Aéreo, decolaram de Manaus (AM) em um C-98 Caravan em direção a Parintins (AM). Também saiu desta primeira turma de mulheres a primeira pilota a comandar a aeronave presidencial brasileira. A militar Carla Borges pilotou pela primeira vez, há dois anos, o avião que transportava o ex-presidente Michel Temer. Agora, ela comanda a aeronave do atual presidente, Jair Bolsonaro.

OUTRAS MÍDIAS


AEROFLAP - Ministro da Defesa de Portugal diz que “negociação do KC-390 está avançada”


André Magalhães | Publicada em 08/03/2019 13:37

O Ministro da Defesa de Portugal, Gomes Cravinho, atualizou as informações sobre as negociações entre o país e a Embraer sobre o aquisição do cargueiro tático KC-390, em uma entrevista ocorrida nesta semana.

De acordo com o ministro, as negociações estão “em processo avançado”.

Gomes Cravinho disse mais uma vez que o valor atual oferecido está fora de cogitação, que gira na casa dos 827 milhões de euros pelas 5 aeronaves e o simulador, em uma parcela anual com duração de 12 anos.

No ano passado o Ministério da Defesa de Portugal disse que estava com problemas em relação a aquisição do KC-390, justamente pelo valor proposto pela fabricante brasileira, mas demonstrou interesse em continuar com a aeronave.

A discussão de aquisição de cinco aeronaves ainda faz parte do interesse de Portugal, que desde o início já fazia parte das primeiras nações interessadas em adquirir a aeronave. Além de Portugal, a Argentina e a República Tcheca querem comprar o KC-390.

O Ministro Gomes Cravinho ainda falou sobre a questão dos C-130 da FAP (Força Aérea Portuguesa), segundo a autoridade “os Hércules serão modernizados, mas esse processo será limitado”. Cravinho também disse que uma negociação com a Romênia, para a alienação de alguns lotes de caças F-16 está em processo.