NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


PORTAL AEROIN


Sabe aqueles aviões da FAB que ‘voam em círculos’ por horas? Hoje é o dia deles


Carlos Ferreira | Publicada em 21/02/2021

É comum que vários leitores entrem em contato conosco de tempos em tempos, questionando sobre aviões da Força Aérea Brasileira “voando em círculos” perto de aeroportos. A pergunta contumaz que nos chega é se há algum problema com eles e o que eles estariam fazendo. A nossa resposta é um pouco da explicação que vem a seguir, em um texto muito interessante da FAB que celebra o dia desses profissionais.

Precisão

Longe dos olhos dos passageiros, há radares, sistemas de aproximação, rádios, equipamentos de auxílio à navegação e luzes de orientação que são fundamentais para a segurança do tráfego aéreo. Garantir o bom funcionamento de tudo isto é a missão do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV).

Por meio de aeronaves-laboratório, promove uma espécie de fiscalização no ar, a chamada inspeção em voo, que tem a sua data comemorativa em 21 de fevereiro. São 62 anos desde a primeira inspeção em voo realizada no Brasil, com tripulação e aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).

Subordinado ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), o GEIV é responsável por testar, aferir e avaliar os chamados Auxílios à Navegação Aérea e é motivo de orgulho para o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).

O Grupo participa da homologação e verificação periódica de aproximadamente 1700 procedimentos e realiza inspeções em cerca de 900 auxílios em todo o território nacional e, eventualmente, em outros países da América do Sul. A verificação visa à segurança de voo das aeronaves, nacionais e estrangeiras, nas fases de decolagem, rota e pouso, principalmente em condições adversas de meteorologia.

“Toda vez que uma aeronave decola ou pousa, há uma série de procedimentos que precisam ser seguidos, a depender do tipo de avião, das condições da pista, do entorno do aeroporto, da meteorologia, entre outros aspectos. Para dar suporte ao piloto nesses tipos de manobra, diversos equipamentos estão instalados nos aeroportos – e fora deles, pois há procedimentos baseados em dados satelitais, que enviam informações à aeronave, indicando o caminho que deve ser seguido. São os chamados auxílios à navegação, que balizam os pilotos em condições normais, mas, especialmente, quando a meteorologia está desfavorável”.

“É aí que entra o Grupo Especial de Inspeção em Voo, pois é preciso testar, na prática, se os dados fornecidos são confiáveis”, explica o Comandante do GEIV, Tenente-Coronel Aviador Bruno Michel Marcondes Alves.

História

A atividade de Inspeção em voo no Brasil teve seus primeiros passos após a assinatura do projeto de Controle de Tráfego Aéreo (CONTRAF), no ano de 1956. Uma aeronave-laboratório, um Beechcraft de matrícula N-74 prestaria serviços ao Brasil com a finalidade específica de realizar as inspeções em voo dos primeiros auxílios à navegação aérea e à aproximação a serem instalados.

No ano de 1958, formou-se a primeira tripulação operacional de Inspeção em Voo no Brasil e, ainda neste ano, foi adquirido o primeiro avião-laboratório.

A primeira inspeção em voo em território nacional, com aeronave e tripulação da FAB, foi realizada em 21 de fevereiro de 1959, com o intuito de verificar a adequação do sítio de Itaipuaçu, no Rio de Janeiro (RJ), para a instalação de um equipamento eletrônico usado na navegação aérea.

PORTAL AEROFLAP


FAB comemora Dia da Inspeção em Voo com vídeo especial


Gabriel Centeno | Publicada em 21/02/2021

A Força Aérea Brasileira (FAB) celebra nesse domingo (21) o Dia da Inspeção em Voo no Brasil. Em 2021 completam-se 62 anos da primeira atividade de inspeção em voo no país, trabalho hoje realizado pelo Grupo Especial de Inspeção em Voo, o GEIV, sediado no Aeroporto Santos Dumont (RJ) e subordinado ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). 

A FAB explica que a atividade de inspeção em voo teve início na década de 1950, por meio de acordos de cooperação com a CAA (Civil Aeronautics Administration) – hoje FAA (Federal Aviation Administration) – agência reguladora do Departamento de Transporte dos Estados Unidos, com a responsabilidade de garantir a segurança da aviação civil.

As primeiras inspeções realizadas no Brasil foram acompanhadas por brasileiros a bordo de aeronave e tripulação americanas.

Em 21 de fevereiro de 1959, foi realizada a primeira inspeção em voo com avião e tripulação brasileiras, a bordo da aeronave-laboratório EC-47 (FAB 2065).

O serviço visa garantir a segurança, precisão e qualidade dos equipamentos de auxílio à navegação aérea, aproximação e pouso. Hoje, o GEIV emprega quatro aeronaves Embraer IU-50 e quatro Hawker IU-93.

Segundo a FAB, é função dos militares do GEIV a aferição e inspeção de todos os aeroportos brasileiros auxílios e procedimentos à navegação aérea, totalizando 83 VOR, 57 Sistemas de Pouso por Instrumentos, 67 Radiofaróis, 230 Auxílios Visuais de Aproximação, 208 Radares Primários e Secundários, 877 Procedimentos de Aproximação – dentre outros tipos de procedimentos de voo – e 21 Estações Rádio, além da atividade de Radiomonitoragem, essencial para a operação aérea segura.

Curiosidades do Concorde no Brasil: Interceptação de caça F-5 e voos não regulares do supersônico em nosso país


André Magalhães | Publicada em 21/02/2021

Em uma bela tarde do ano de 1985. Um acionamento do alerta da Base Aérea de Santa Cruz/RJ (hoje ALA 12) iria se tornar memorável para a história da aviação brasileira.

O capitão-aviador Mauro Aurélio Rocha (Rocky), estava como piloto de alerta quando foi acionado e decolou em apenas cinco minutos em seu F-5E Tiger II para uma inusitada interceptação do ícone avião Concorde.

Após o acionamento, o piloto direcionou seu caça para o oceano e logo foi coordenado pelo controle de Defesa Aérea a subir ao nível 450 (45.000 pés), com PC (pós-combustor) no máximo.

O capitão Rocky já imaginava que essa missão seria diferente, até pelo motivo da maioria da interceptações acontecerem sobre o continente, e não sobre o mar.

O controle da defesa aérea deu as coordenadas da aeronave a ser interceptada e relatou o nível e velocidade em que a aeronave estava, FL 620 (62.000 pés) e a uma velocidade acima de Mach 2 e já estava descendo. Neste momento o capitão Rocky teve a certeza que a aeronave a ser interceptada seria o Concorde que estava realizando o voo Paris-Rio, com escala em Dacar (Senegal).

Seguindo as informações do controle o F-5E de Rocky já estava a Mach 1.4 e ao nível 450, foi quando o caçador da FAB viu um pontinho branco em formato de flecha, e enfim, houve contato visual com o Concorde da Cia francesa que já estava reduzindo sua a velocidade a altitude.

O aviador então vez uma manobra e colocou seu caça às 6h do Concorde, ou seja, na parte de trás da aeronave, enquanto estava nesta posição Rocky fez algumas fotos da aeronave.

Foi neste momento, já sobre o continente, que o Concorde começou a alijar combustível, o que obrigou ao caçador Rocky a desviar seu caça de trás do supersônico de passageiro.

Já em baixa altitude e velocidade o Concorde estava se aproximando da cidade maravilhosa e o capitão continuava a seguir o ícone avião, não passando muito tempo o controle ordenou que Rocky abandonasse a missão e retornasse a base.

Não houve um motivo especial para a interceptação, é comum que pilotos sejam acionados para interceptações apenas para verificar a prontidão do caçador e verificar alguns detalhes da aeronave interceptada. Nestes casos o piloto se aproxima da aeronave e coleta alguns dados (modelo do avião, rota, matrícula e afins), após isso abandona a missão sem que a tripulação da aeronave interceptada saiba o que aconteceu.

Voos não regulares do Concorde no Brasil:

O Rio de Janeiro foi uma das cidades sorteadas para o primeiro voo comercial do Concorde pela Air France, o dia era 21 de janeiro de 1976, a rota entre Paris e o Rio fazia uma escala em Dakar (Senegal).

Desde esse dia foram seis anos de operação do clássico avião supersônico ligando a capital francesa a cidade maravilhosa.

Os voos com o Concorde ligando o continente sul-americano e o europeu acabaram em abril 1982, um dos motivos era o gasto que tais viagens custavam para a Air France.

No entanto, o Concorde ainda fez voos especiais para o Brasil até 1998 e passou por outras cidades além do Rio de Janeiro, a começar pela vizinha São Paulo.

Em uma viagem presidencial em 15 de outubro de 1985, o presidente francês, François Mitterrand, fez uma visita oficial ao Brasil e chegou à capital do país em um Concorde da Cia aérea francesa.

Devido a vinda do Concorde com o presidente para uma região ao centro do país foi necessário uma escala técnica em Recife/PE e a chegada dos Concordes virou notícia e despertou a curiosidade de muitos na capital pernambucana. Sim, houveram dois concordes em Recife por causa da comitiva presidencial.

Contudo, o mais distante que o Concorde foi em terras brasileiras foi a cidade de Foz do Iguaçu, em 1988, em um voo especial de volta ao mundo. Esse fato com certeza movimentou o aeroporto da cidade, bem como de amantes da aviação e curiosos. Entretanto, há uma lamentável coincidência, o Concorde em questão que pousou em Foz do Iguaçu, de matrícula F-BTSC, foi o mesmo que em 25 de julho de 2000 iria sofrer o fatídico acidente ao decolar do Aeroporto Charles de Gaulle, na França.

Sem mais delongas, deixamos aos senhores (as) um vídeo registando a chegada do supersônico.

Em 2003, o Concorde fazia seu último voo, colocando fim assim há uma era única da aviação comercial que infelizmente ficou no passado e que deixa muitas saudades.

MINISTÉRIO DA DEFESA


Vitória da FEB, com a tomada de Monte Castello, completa 76 anos


Da Redação | Publicada em 21/02/2021 10:22 | Atualizado em 21/02/2021 10:25

Força, garra e coragem. Esses valores são relembrados neste domingo (21), quando o Brasil comemora os 76 anos da Tomada de Monte Castello na Itália, pela Força Expedicionária Brasileira (FEB), durante a Segunda Guerra Mundial. Às 5h30 de 21 de fevereiro de 1945, a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE) dava início ao ataque. Dois terços da Infantaria, o Esquadrão de Reconhecimento, toda a Artilharia e a Engenharia estavam comprometidos com a conquista do desafiante objetivo. Foram mais de dez horas de combate até a vitória.

Antes, os expedicionários brasileiros atuaram em outros ataques a Monte Castello, mas sem sucesso. As chuvas e o frio severo prejudicaram o apoio da artilharia aérea e dos veículos blindados nas investidas anteriores. Os combatentes enfrentaram minas terrestres, terra lamacenta e o fogo inimigo.

Finalmente, em fevereiro, com a aproximação da primavera europeia, os combatentes brasileiros tiveram sucesso. Essa vitória foi estratégica contra o Exército alemão, e conquistada pelos soldados brasileiros. A tomada do Monte possibilitou a evolução dos Aliados no Norte da Itália, grupo dos países que o Brasil integrou durante a Segunda Grande Guerra.

Porém, Monte Castello custou muito caro à FEB: 478 brasileiros tombaram em combate, sendo 103 no último ataque. O sacrifício não fora em vão. Alguns meses depois, a Itália estava liberada; a Ofensiva da Primavera avançava pelas planícies do rio Pó e o destino da guerra estava selado.

O Coronel Cláudio Skora Rosty, do Centro de Estudos e Pesquisas de História Militar do Exército, relembra que a atuação da FEB nos campos de batalha durou 239 dias e libertou vilas e cidades do nazi-fascismo em prol da liberdade, democracia e autodeterminação dos povos. “Algumas de nossas tropas tiveram em Monte Castello o batismo de fogo. Foi um campo de ensinamento, de instrução de tropa e levou às famílias italianas a esperança, o alento e o humanismo”.

A tomada de Monte Castello representa para o povo brasileiro a determinação e a obstinação do dever cumprido, destaca o Coronel. “A FEB combateu um bom combate, voltou com honra e glória e fez a cobra fumar no território italiano”, completou.

Força Expedicionária Brasileira

Em 1944, mais de 25 mil brasileiros foram enviados à Itália para lutar contra os países do Eixo: Alemanha, Itália e Japão. A FEB foi constituída por uma única divisão, a 1ª DIE, sob o comando do Marechal João Batista Mascarenhas de Morais.

O Brasil venceu a guerra ao lado dos Aliados: Inglaterra, França e Estados Unidos, em 8 de maio de 1945. No total, 478 pracinhas morreram em combate e foram sepultados no cemitério de Pistóia, na Itália. Suas cinzas foram transladadas para o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro (RJ), em 5 de outubro de 1960.

OUTRAS MÍDIAS


PORTAL DEFESA AGÊNCIA DE NOTÍCIAS - GEIV comemora 62° aniversário da primeira inspeção em voo realizada no Brasil


Agência Força Aérea | Publicada em 21/02/2021 10:01

Precisão, confiabilidade, segurança. Três características indispensáveis quando o assunto é aviação. Durante a trajetória de um voo, as aeronaves que trafegam pelos céus do Brasil são “orientadas” por equipamentos de navegação, distribuídos pelo território nacional, o que compreende uma área de aproximadamente 8,5 milhões de quilômetros quadrados. Em cada etapa do voo, da decolagem, rota e pouso, os pilotos mantêm comunicação via rádio com os controladores de tráfego aéreo, mas também recebem sinais dos mais de 800 auxílios à navegação aérea, fundamentais para que cada voo aconteça com segurança. A operação do tráfego aéreo depende, entre outros fatores, da acuracidade destes auxílios-rádio, dos auxílios visuais e dos procedimentos de navegação aérea.

Na prática, embora os medidores de terra indiquem posicionamento normal dos componentes de um auxílio-rádio, informações imprecisas podem ser transmitidas às aeronaves em voo. A justificativa para o recebimento de sinais com distorções pode ser causada por reflexões no solo ou em edificações, acidentes topográficos, interferências de linhas telefônicas, redes de energia elétrica ou, ainda, de outros auxílios. Como estes equipamentos são instalados para terem seus sinais utilizados por aviões, há necessidade de que seja comprovada a correção da informação transmitida.

O Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV)

Esta comprovação abrange a verificação, aferição e ajuste dos equipamentos, realizada por aviões especialmente equipados, denominados aviões-laboratório. A atividade de Inspeção em Voo é missão do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV). Hierarquicamente, o Grupo está subordinado ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), organização militar da Força Aérea Brasileira (FAB).

No Brasil, o DECEA é o órgão gestor do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), responsável pelo controle do espaço aéreo em 22 milhões de Km², área que inclui, além do Continente, parte do Oceano Atlântico.

Os pilotos-inspetores e as aeronaves-laboratório do GEIV

É dos pilotos-inspetores do GEIV a função de  verificação de todos os aeroportos brasileiros, auxílios e procedimentos à navegação aérea, perfazendo um total de 83 VOR (Very High Frequency Omnidirectional Range), 57 Sistemas de Pouso por Instrumentos, 67 Radiofaróis, 230 Auxílios Visuais de Aproximação, 208 Radares Primários e Secundários, 877 Procedimentos de Aproximação – dentre outros tipos de procedimentos de voo – e 21 Estações Rádio, além da atividade de Radiomonitoragem, essencial para a operação aérea segura.

Para o cumprimento desta missão, o Grupo Especial de Inspeção em Voo dispõe de modernas aeronaves-laboratório: quatro Hawker 800XP (IU-93) e quatro Legacy 500 (IU-50), que contam com o Sistema de Inspeção em Voo embarcado UNIFIS 3000, que monitora, avalia e analisa em voo, os sinais eletrônicos provenientes dos auxílios à navegação aérea. Esse sistema é o estado da arte em termo de avanço tecnológico, totalmente digital. Nos primórdios da inspeção em voo, era usado um sistema analógico chamado de C-FIS. O Operador de Sistema de Inspeção em Voo (OSIV) tinha que fazer manualmente os cálculos para verificar o funcionamento dos auxílios.

A equipe de inspeção em voo no Brasil é composta por seis militares: um piloto-inspetor (PI), um primeiro-piloto de inspeção em voo (1P), um OSIV, dois operadores de sistema de posicionamento de aeronave (OSP) e um mecânico de voo (MEC).

Quando tudo começou

A atividade de inspeção em voo teve início na década de 1950, por meio de acordos de cooperação com a CAA (Civil Aeronautics Administration) – hoje FAA (Federal Aviation Administration) – agência reguladora do Departamento de Transporte dos Estados Unidos, com a responsabilidade de garantir a segurança da aviação civil.

As primeiras inspeções em voo realizadas no Brasil foram acompanhadas por brasileiros a bordo de aeronave e tripulação americanas. Em 21 de fevereiro de 1959, foi realizada a primeira inspeção em voo com avião e tripulação brasileiras, a bordo da aeronave-laboratório EC-47 (FAB 2065). A data marca o início da missão atribuída a Força Aérea Brasileira de inspecionar os auxílios à navegação em todo o território nacional.

Os 62 anos da primeira inspeção em voo pela FAB

No dia de hoje, 21 de fevereiro, são comemorados os 62 anos da realização da primeira inspeção em voo realizada em território nacional com aeronave da Força Aérea Brasileira conduzida por tripulação brasileira.

A data merece ser celebrada e reconhecida por usuários do transporte aéreo e por passageiros, que tem a salvaguarda de suas vidas e, ainda, a garantia do controle do espaço aéreo, missão institucional do Grupo Especial de Inspeção em Voo. Mas, mais do que isso, comemorar a evolução tecnológica e operacional do GEIV e o reconhecimento da excelência na prestação do serviço de inspeção em voo. O Grupo colabora com a missão da FAB, de manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional, com vistas à defesa da Pátria, a Dimensão 22. 

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL - Mesários acreanos vencem barreiras para garantir o voto de eleitores

Para o TRE do Acre, que conta com o apoio das Forças Armadas, a eleição somente acaba quando todos os colaboradores retornam em segurança para suas casas

Da Redação | Publicada em 21/02/2021 10:00

Um dos principais desafios do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC) é garantir que todo eleitor – até mesmo aqueles que moram em locais longínquos ou de difícil acesso – possa exercer seu direito constitucional de escolher seus representantes políticos. Para que isso aconteça, o órgão conta com a colaboração de importantes agentes, entre eles, os mesários.

Nas Eleições Municipais de 2020, os mesários, mais uma vez, foram os principais responsáveis pelo êxito do pleito, pois desempenharam sua função com patriotismo, zelo e sem medo de enfrentar algumas barreiras geográficas. Esse foi o caso da mesária Marlândia da Silva Teixeira, que, para conseguir chegar à comunidade indígena onde atuou, teve de sair do município de Tarauacá (AC), onde mora, quatro dias antes do primeiro turno, realizado no dia 15 de novembro.

Marlândia conta que ela e o presidente da seção em que trabalhou foram transportados primeiramente de avião até o município de Jordão e, depois, de helicóptero até a comunidade de Seringal Novo Porto, às margens do Rio Muru, onde há duas seções e 348 eleitores. Ambas as aeronaves responsáveis pelo deslocamento da equipe eram da Força Aérea Brasileira (FAB).

“É muito emocionante chegar nessas comunidades tão distantes, onde você vê que as pessoas fazem questão de exercer o seu papel como cidadão. Por isso, para mim, trabalhar como mesária é muito gratificante. Se não fossemos até lá, muitos não poderiam decidir o futuro do nosso país, pois não teriam como chegar até a cidade no dia da eleição”, destaca a mesária, emocionada.

Ela conta que essa foi a 10ª vez que trabalhou como mesária nas eleições e que, em cada uma delas, teve uma experiência diferente. “Dessa vez, ficamos quatro dias na cidade de Jordão esperando o helicóptero da FAB, que precisou ficar indo e vindo das comunidades para levar outras equipes e materiais. Sem contar a chuva, que acabou atrapalhando o deslocamento. Por esses motivos, só conseguimos pegar a aeronave no domingo bem cedo. Chegamos lá perto das 7h20, e já tinham eleitores esperando para votar”, lembra.

Marlândia destaca que já passou por diversas dificuldades nas comunidades de difícil acesso, tanto para chegar quanto no local. “Já fui de barco, cujo trajeto durou muitos dias. A gente come mal, dorme mal, ‘bicho ferra a gente’, mas, no final, sempre compensa”, diz, ao agradecer o trabalho da FAB, pois, segundo ela, o deslocamento via barco levaria cerca de uma semana.

Especificamente sobre as Eleições de 2020, ela diz que “foi uma adrenalina muito grande”. “Todo mundo estava muito nervoso, pois estávamos com medo de não dar tempo de chegar, mas no final tudo deu certo”, relata, afirmando que, apesar dos obstáculos, no que depender dela, continuará sempre sendo mesária.

No pleito do ano passado, o TRE do Acre contou com a colaboração de 6.788 mesários, sendo 4.107 (60,5%) mulheres e 2.681 (39,50%) homens.

FAB

A Força Aérea brasileira não leva somente os mesários até as distantes comunidades de votação no estado do Acre. Ela também é responsável pelo transporte das urnas, de materiais diversos e dos agentes de segurança. O território do Acre, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem 164.123,96 km² e conta com 22 municípios, muitos deles de difícil acesso. Atualmente, são mais de 561 mil os eleitores acreanos aptos a votar.

Ao todo, o estado possui 2.261 seções eleitorais e 687 locais de votação, sendo 85 de difícil acesso, como aldeias e comunidades. São considerados locais de difícil acesso aqueles que não possuem estradas que os liguem a um município, ficando dependentes de vias aéreas ou fluviais.

Nas Eleições 2020, ao se reportar à tripulação da aeronave, o vice-presidente e corregedor do TRE do Acre, desembargador Luis Camolez, em nome da Justiça Eleitoral no estado, destacou a “valorosa contribuição” das Forças Armadas – especialmente por meio da FAB – para a plena execução dos trabalhos durante o pleito, principalmente na região Amazônica.

“A eleição só acaba quando todos os mesários, valorosos brasileiros, retornam em segurança às suas casas, pois são eles os primeiros que chegam e os últimos que saem de cada local de votação, sem se importarem com o difícil acesso”, disse o magistrado na ocasião. Ele recepcionou pessoalmente, após o primeiro turno do pleito, a tripulação do helicóptero Black Hawk, da FAB, que, com segurança, transportou “os abnegados mesários” em seus deslocamentos para os locais mais longínquos do interior acreano.

A presidente da Corte Eleitoral acreana, desembargadora Denise Bonfim, única mulher a comandar uma eleição na Justiça Eleitoral este ano, também ressalta o papel relevante das Forças Armadas durante o pleito no que diz respeito à segurança do processo eleitoral, “cujo objetivo é garantir o livre exercício do voto”.

“Um dos principais pilares para o êxito das Eleições 2020, no âmbito do estado do Acre, tem nome e endereço: o mesário, que, mesmo em tempo de crise sanitária ora vivida pela humanidade, além das dificuldades inerentes à região, não mediu esforços para desempenhar sua função com competência, eficácia, e, principalmente, amor à pátria. Por toda essa bravura, o sentimento é de gratidão", completa a desembargadora.