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22 DE ABRIL – DIA DA AVIAÇÃO DE CAÇA


Alexandre Galante | Publicada em 22/04/2021

A Força Aérea Brasileira comemora no dia 22 de abril o aniversário da Aviação de Caça, por ter sido o dia de sua maiores realizações no Teatro da Itália na Segunda Guerra Mundial. No dia 22 de abril de 1945, o 1º Grupo de Aviação de Caça realizou 11 missões de 44 surtidas, com somente 22 pilotos. Foram destruídos naquele dia, 97 transportes a motor (avariados 17), um parque de viaturas, imobilizados 35 veículos, 14 edifícios ocupados pelo inimigo (avariados 3), uma ponte rodoviária (avariada), uma ponte de balsas e outra ferroviária, 3 posições de artilharia (avariadas), além de um sistema de trincheiras de grande importância tática.

O início e a preparação para a Guerra

A Segunda Guerra Mundial começou no final de 1939 e o Brasil acompanhava os acontecimentos sem acreditar que viesse a tomar parte dela. Porém, com os ataques a navios mercantes brasileiros por submarinos alemães em nossas costas, o estado de beligerência tornou-se inevitável e, em agosto de 1942, o Brasil declarou guerra aos países do Eixo. Até a fundação do Ministério da Aeronáutica, em 1941, os obsoletos aviões de caça brasileiros, oriundos da Marinha e do Exército, voavam cumprindo programas de adestramento ditados pelas Missões Militares francesas e inglesas, sem a preocupação do seu emprego como arma de guerra.

O nascimento da mentalidade e a estruturação da Aviação de Caça na Força Aérea Brasileira (FAB), só veio a ocorrer com a criação do 1º Grupo de Caça em 1943, pelo Decreto-Lei 6.123, de 18 de dezembro de 1943, tendo sido designado seu primeiro comandante o então major-aviador Nero Moura. Após um período de duro treinamento em Aguadulce no Panamá, onde voaram o P-40 Warhawk, participando inclusive da campanha de defesa do Canal do Panamá, os pilotos brasileiros, todos voluntários, seguiram para Suffolk, New York, onde foram apresentados ao P-47 Thunderbolt. O início das operações do 1º GC deu-se em 31 de outubro de 1944, a partir do aeródromo de Tarquínia na Itália. Depois em Pisa (a cidade da torre inclinada), onde o Grupo permaneceu até o fim da guerra, ficando subordinado ao 350th Fighter Group da USAAF.

Incorporado como um Esquadrão ao 350th Fighter Group, o 1º GC recebeu o codinome “Jambock”, com o qual opera até hoje. A palavra “Jambock” significa “chicote de couro de rinoceronte”, instrumento utilizado pelos nativos da África do Sul para tanger o gado. O Grupo era constituído inicialmente por 4 esquadrilhas, representadas pelas cores Vermelha (letra A pintada no avião), Amarela (B), Azul (C) e Verde (D), que posteriormente, devido ao grande número de baixas na esquadrilha Amarela, passaram a ser apenas três.

Ao longo da Campanha da Itália, os brasileiros decolavam em esquadrilhas ou esquadrões, atacando pontes, depósitos de munição e veículos de transporte. Não havia problemas quanto à superioridade aérea nessa região, pois os aliados eram soberanos. Desta forma, a preocupação era voltada para a artilharia antiaérea inimiga, que era pesada. Normalmente, as missões eram executadas sob intenso fogo antiaéreo da “Flak” alemã (o termo “Flak” é abreviatura de Fliegerabwehrkanone, em alemão).

Batismo de sangue

Em 31 de outubro de 1944, o 1º GC começou a voar em missões de guerra como parte de esquadrilhas americanas, a fim de se acostumar com o ambiente. Em 6 de novembro de 1944, o Grupo perdeu seu primeiro piloto pela ação do inimigo. O 2º Ten Av John Richardson Cordeiro e Silva foi derrubado pelo fogo antiaéreo em Bolonha, seu avião caindo em linhas aliadas. Em 11 de novembro, o 1º GAvCa começou a voar com esquadrilhas compostas exclusivamente de pilotos da FAB, com alvos próprios.

Em 4 de dezembro de 1944, o 1º GC mudou-se com o 350th Fighter Group da USAAF para Pisa, 200km ao norte, mais perto da linha de ação. Em 10 de fevereiro de 1945, uma esquadrilha do 1º GC voltando de uma missão, descobriu uma grande concentração de caminhões, destruindo então 80 deles e 3 edifícios.

Em 20 de fevereiro de 1945, o 1º Grupo de Caça deu apoio à FEB do Exército Brasileiro, para a conquista de Monte Castelo. Em 21 de março de 1945, uma esquadrilha brasileira atacou uma oficina de conserto de ferrovia, no Vale do Pó. Um impacto direto destruiu quatro edifícios e no voo de regresso destruíram 3 Savoia Marchetti 79, bombardeiros-torpedeiros, no Campo de Galarate.

Durante os meses de inverno, 3 pilotos do Grupo faleceram, em Tarquínia. O primeiro, como foi dito, 2º Ten Av John Richardson Cordeiro e Silva, derrubado pelo fogo antiaéreo em Bolonha; o segundo piloto perdido foi o 1º Ten Av Oldegard Olsen Sapucaia, que em 7 de novembro de 1944, durante um treinamento, fazia curvas derrapantes, em voo rasante. Os comandos do avião congelaram e ele se chocou com o solo.

A barbatana dorsal do P-47, que curaria essa falha do avião, não chegou a tempo para ele. Quando o P-47 deixou de ser “razor-back”, recebendo o canopy bolha, perdeu o efeito de quilha que a fuselagem gerava atrás do cockpit. Com a barbatana dorsal, o problema foi resolvido.  Em 16 de novembro de 1944, o 1º Ten Av Waldir Pequeno de Mello e o 2º Ten Av Rolland Rittmeister estavam a bordo de um C-47 da USAAF no qual pegaram uma carona. No avião estavam vários cinegrafistas e fotógrafos, a fim de documentarem o voo de uma esquadrilha de P-47 do 1º Grupo de Caça.

Por razões desconhecidas, o C-47, numa guinada, bateu no P-47 do Ten Av Luiz Perdigão. O piloto do P-47 escapou com vida, mas o C-47 caiu, matando todos a bordo. Essa é uma razão de existirem tão poucas fotos dos P-47 da FAB em voo, na Itália. Em 21 de dezembro de 1944, o 1º Ten Av Ismael da Motta Paes foi atingido ao norte de Ostinglia, usou o paraquedas e foi feito prisioneiro pelos alemães até o fim da guerra. Em 2 de janeiro de 1945, o 1º Ten Av João Maurício Campos de Medeiros, foi atingido pela “Flak”, saltando de paraquedas, mas caiu em fios de alta tensão e morreu, ao norte de Alexandria.

Em 22 de janeiro de 1945, o 1º Ten Av Aurélio Vieira Sampaio estava atacando uma locomotiva, foi atingido e morreu quando seu P-47 se chocou com o chão. Não teve tempo de usar o paraquedas, pois estava baixo demais. Em 29 de janeiro de 1945, o 1º Ten Av Josino Maia de Assis saltou de paraquedas, quando seu P-47 começou a pegar fogo. Foi feito prisioneiro por soldados alemães. Em 4 de fevereiro, um comandante de esquadrilha, o Cap Av Joel Miranda e o 2º Ten Av Danilo Marques Moura, irmão do Comandante Nero Moura, foram ambos atingidos pela “Flak” ao mesmo tempo, ao atacarem locomotivas a sudoeste de Treviso.

Os dois saltaram de paraquedas, sendo o primeiro salvo por “partisans”, que o mantiveram protegido dos alemães até o fim da guerra. O Danilo, depois de caminhar por um mês cerca de 300km, conseguiu voltar ao Grupo. Enquanto isso, alguns dos pilotos tinham retornado ao Brasil, por causa de esgotamento físico e doenças, entre eles dois comandantes de esquadrilhas e o Oficial de Operações. Em 10 de fevereiro, o 1º Ten Av Roberto Brandini foi atingido na cabeça por estilhaços de antiaérea e saltou de paraquedas ao nordeste de Ostiglia. Em Verona, foi operado pelos alemães e ficou prisioneiro até o fim da guerra.

Em 17 de fevereiro de 1945, outro piloto de P-47, Asp Av Raymundo Canário, foi atingido e saltou de paraquedas, pousando perto de soldados brasileiros. Estava entre camaradas. Em 7 de março, o Cap Av Theobaldo Antônio Kopp, comandante de esquadrilha, ao atacar depósitos de munição ao nordeste de Parma, foi atingido e usou paraquedas, tendo sido escondido dos alemães por “partisans”, até o final da guerra. Em 26 de março, o 1º Ten Av Othon Correa Netto foi apanhado pela “Flak”, saltou de paraquedas e acabou aprisionado pelos alemães.

Em março de 1945, as 4 esquadrilhas do 1º Grupo de Caça estavam reduzidas a 3.
Em 11 de abril, perto de Bolonha, o Ten Av Armando Coelho foi atingido, mas conseguiu saltar de paraquedas e cair em território ocupado pelos aliados. Foi o piloto mais atingido, de todo o Grupo. Em 13 de abril, o Asp Av Frederico Gustavo dos Santos morreu quando seu avião foi destruído pela própria explosão que causou ao atingir um depósito de munição alemão com metralhadoras, perto de Udine. Nesse tempo, eram realizadas duas missões por dia.

Em 20 de abril, a retirada alemã ocorria na base do “salve-se quem puder”, com alvos por toda a parte. Em 22 de abril, o Ten Av Marcos Eduardo Coelho de Magalhães foi atingido perto de Sassuolo e saltou de paraquedas. Um oficial italiano tentou matá-lo, mas um cabo alemão enfermeiro o salvou. Ele foi levado ao hospital para tratamento dos tornozelos, quebrados quando o piloto caiu sobre uma casa. Lá, foi tratado muito bem e mais tarde, o diretor do hospital alemão, um oficial, rendeu-se a ele bem como todo o quadro de homens, pois o diretor vira que a guerra estava perdida para os alemães.

No dia 22 de abril de 1945, o 1º Grupo de Caça tinha apenas 22 pilotos e 23 aviões e conseguiu cumprir 11 missões em 44 surtidas de combate.
No dia 26 de abril, nove dias antes do fim da guerra, o Tenente Dornelles, que tinha completado 89 missões de guerra, foi abatido fatalmente pela “Flak”, na cidade de Alessandria, Itália. Após a guerra seus restos mortais foram transladados para o Brasil, e hoje repousam no monumento dos Pracinhas, no Rio de Janeiro, RJ. Tenente Dornelles foi um dos mais bravos pilotos do 1º Grupo de Caça, assim também como um dos mais queridos.

Baixas

Entre os oficiais pilotos que exerceram atividades aéreas no Grupo, no total de 48, houve 22 baixas, sendo:
•    5 mortos em combate – abatidos pela artilharia antiaérea inimiga
•    8 abatidos pela artilharia antiaérea inimiga e feitos prisioneiros
•    6 Afastados do serviço por prescrição médica em virtude de esgotamento físico
•    3 mortos em acidentes de aviação

Oficiais mortos em combate

•    2º Ten. John Richardson Cordeiro e Silva – morto em ação nos arredores de Bolonha, an 6.11.1944.
•    2º Ten. João Mauricio Campos de Medeiros – morto em ação, próximo de Alessandria, no dia 2.1.1945.
•    1º Ten. Aurélio Vieira Sampaio – abatido próximo de Milão, no dia 22.1.1945.
•    Asp. da Reserva Frederico Gustavo dos Santos – abatido pela explosão de um depósito por ele destruído, no dia 22.04.1945.
•    1º Ten. Luiz Lopes Dornelles – morto em ação, em Scandiano, no dia 26.04.1945.
Além dessas baixas, perdeu o Grupo mais 4 oficiais, vítimas de acidentes de aviação, em zonas de operações de guerra, a saber:
•    2º Ten. Dante Isidoro Gastaldoni, no dia 18.05.1944, em Agua Dulce, Canal do Panamá.
•    2º Ten. Oldegard Olsen Sapucaia, no dia 7.11.1944, em Tarquinia, Itália.
•    1º Ten. Waldyr Pequeno de Mello e Rolland Rittmeister, no dia 16.11.1944, em Tarquinia, Itália.

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As garras do Tigre: conheça os armamentos dos F-5 da FAB


Gabriel Centeno | Publicada em 22/04/2021

Em serviço com a Força Aérea Brasileira desde a década de 1970, o F-5 pode ser considerado um dos mais importantes caças que o Brasil já teve, senão o mais. A modernização realizada na primeira década dos anos 2000 inseriu a FAB no século 21, com o uso de datalink, radar digital e mísseis guiados por radar ativo. Aproximando-se do fim de sua carreira de mais de 40 anos, o “Bicudo”, como é chamado carinhosamente por alguns militares e entusiastas, é operado por cinco esquadrões: Pampa, Pacau, Jaguar, Jambock e Pif-Paf.  Nesse artigo vamos conhecer um pouco mais dos armamentos usados pelos caças F-5EM/FM Tiger II da FAB.

Canhão de 20mm M39A3

Desenvolvido no final da Segunda Guerra Mundial, e baseado no projeto do canhão MG213 da Alemanha Nazista, o M39 é um canhão revólver fabricado entre as décadas de 50 e 70 pelas companhias FMC, Ford, Pontiac e General Electric. Além do F-5, o M39 foi utilizado nos caças F-86F-2 e F-86H Sabre, F-100 Super Sabre, F-101 Voodoo e no bombardeiro B-57B Canberra. Assim como um revólver “comum”, o M39 usa cinco câmaras para ciclar o carregamento da arma. Esse tipo de armamento foi desenvolvido pela fabricante alemã Mauser durante a Segunda Guerra Mundial, com o canhão MK 213 de 20mm, que nunca chegou a entrar em serviço.

Seu projeto foi capturado pelos aliados ao final da Guerra e foi usado no desenvolvimento de seus próprios armamentos. França e Reino Unido desenvolveram os canhões DEFA e ADEN, respectivamente, os americanos desenvolveram o M39 e os soviéticos desenvolveram o R-23.
Mas, voltando ao Brasil. Antes da modernização, o F-5E usava dois canhões M39A3 no nariz, com 560 munições totais (280 para cada canhão). Com a atualização, o canhão do lado direito foi retirado para dar espaço aos novos aviônicos incorporados. Já o F-5F biplace teve seu único canhão retirado também, ficando sem nenhum armamento de cano. Mesmo que se tenha perdido o canhão, as capacidades da aeronave no geral aumentaram com os novos equipamentos eletrônicos, logo, foi uma “troca justa”. 
Além disso, o uso de canhões nos dias atuais é mais voltado para o ataque ao solo do que o combate aéreo propriamente dito. O famoso “dogfight” não morreu totalmente — todas as forças aéreas do mundo treinam o combate aéreo aproximado — mas evoluiu para o maior uso de mísseis all-aspect de última geração, aliados aos capacetes com display integrado, como veremos mais a frente. 

Rafael Python 3 e 4

Mísseis ar-ar guiados por calor (assinatura infravermelha) de 3ª e 4ª geração, desenvolvidos pela fabricante israelense Rafael Advanced Defense Systems. Também chamados de P3 e P4, respectivamente, ambos são mísseis de curto alcance. Por conta de seu tamanho, o P3 é carregado embaixo das asas, nos cabides mais externos (mais próximos das pontas das asas), enquanto o P4 é montado nos trilhos de lançamento nas pontas das asas. 

Os Python 3 foram adquiridos no final da década de 1990 e equiparam os caças Mirage IIIEBR e F-5E Tiger II. Quando modernizados, os caças receberam integração com o Python 4, mais novo e capaz que seu antecessor. Os dois mísseis podem ser “escravizados” ao capacete com display integrado Elbit Dash IV, permitindo que o piloto mire e trave o míssil no alvo apenas movendo a cabeça. O Python 4 tem sensores mais novos que o tornam mais resistentes aos flares, chamarizes disparados de aeronaves para se defender contra mísseis guiados por calor. Mísseis e demais munições são sensíveis e precisam ser armazenados em paióis especiais, com controle de temperatura, umidade e demais aspectos. Fora desses ambientes, a vida útil desses artefatos cai bastante. Para não usar os mísseis reais, são criados mísseis de treinamento.
Apenas os sistema de busca (seeker) do míssil é real, e o resto do corpo é preenchido com lastro e demais instrumentos para simular o peso de um míssil verdadeiro. As versões inertes/treinamento do Python 4 são chamadas de TP-4 e podem ser vistas habitualmente nas asas do F-5. Uma delas tem o formato, inclusive, parecido com o do AIM-9 Sidewinder americano.

Rafael Derby

Adquiridos em 2006, os Derby são mísseis de curto/médio alcance guiados por radar ativo do tipo dispare e esqueça. São os primeiros – e, até o momento, os únicos – mísseis de radar ativo em serviço com a FAB, o que deve mudar quando o F-39E/F Gripen entrar em serviço com os mísseis MBDA Meteor. 

O Derby começou a ser desenvolvido pela Rafael no final dos 80/início dos 90 em parceria com a África do Sul, depois que os Estados Unidos recusaram a venda do AIM-120 AMRAAM para Israel. O míssil compartilha diversos instrumentos com o Python IV, como a ogiva e a espoleta de proximidade. Outras características que se destacam são as capacidades all-aspect, alta manobrabilidade e Lock On Before Launch para uso em dogfight (combate aéreo aproximado), além de seu peso leve, permitindo que caças pequenos como o próprio F-5 modernizado possam carregá-lo. 

Bombas Aéreas de Fins Gerais (BAFG)

Além dos mísseis ar-ar, os F-5M também carregam bombas para uso em missões de ataque ao solo. Os caças normalmente são equipados com as bombas BAFG-230, versão brasileira da Mk.82 americana de 500 libras (227kg). Além da BAFG-230, os Tigres podem usar as BAFG-460 e 920, correspondentes às Mk.83 e 84, respectivamente. Os três modelos são fabricados no Brasil. 
Nos F-5 as bombas são usadas de forma convencional, sem uso de kits de guiagem, ao passo que os caças-bombardeiros A-1 AMX podem empregar as bombas com kit Lizard, de guiagem por laser. No entanto, o uso de modos CCIP/CCRP (Constantly Computed Impact Point/Continually Computed Release Point) permitem o lançamento seguro e com precisão de bombas burras.
As bombas da série Mk.80 são fruto dos estudos do engenheiro americano Ed Heinemann, da Douglas Aircraft. As bombas foram projetadas para substituir os modelos mais antigos, usados na Segunda Guerra Mundial, empregando um desenho de baixo arrasto aerodinâmico usado até hoje.

Outros equipamentos

Os armamentos mencionados anteriormente são os mais usados pelos F-5. Todavia, o pequeno caça pode carregar outros equipamentos que não são usados pela FAB comumente. Os foguetes de 70mm, amplamente usados nos A-29 Super Tucano, por exemplo, já foram bem mais usados pelos “bicudos”, especialmente antes de serem modernizados. O artefato pode ser carregado no jato, em caso de necessidade, mas seu uso já não é mais comum. Os SBAT-70 poderiam ser usados em pods “operacionais” ou de treinamento, como o SUU-20/A.

Bombas de Napalm (incendiárias) BINC-200/300 também podem ser usadas nos caças, mas seu uso é ainda mais raro e incomum, ainda mais pelas complicações diplomáticas associadas à esse tipo de armamento.  Em missões de treinamento de tiro aéreo com o canhão, o F-5 emprega o pod AV-CAA Secapem com o alvo flexível/biruta AV-2TAE-BR fabricado pela Equipaer. O equipamento consiste em um contêiner vermelho (pod) que carrega uma biruta (alvo) presa por um cabo, montado no cabide central (centerline) do caça.

A biruta é estendida e rebocada pelo avião a uma distância segura, enquanto outros caças praticam o disparo do canhão. Ao término do exercício, o alvo é alijado em voo rasante, caindo em uma área pré-determinada na base aérea. Os resultados são analisados posteriormente pelos militares. 

O míssil nacional MAA-1 Piranha esteve em serviço por pouco tempo com o F-5. Desenvolvido pela FAB com a Mectron, o míssil de curto alcance foi integrado aos caças antes e depois da modernização. Com os F-5E esteve em serviço por menos de 1 ano. Quando é visto nos F-5M da FAB é em sua versão inerte (azul), usado apenas como lastro para evitar a vibração excessiva nas asas.

Fotos dos F-5EM com outros armamentos, como o MAR-1, MAA-1B e MICLA-BR podem ser encontradas na internet com facilidade. Todavia, eles nunca serão integrados ao caça. O MICLA-BR, ainda em desenvolvimento, deverá ser integrado ao F-39. Finalmente, os F-5EM/FM Tiger II são quase sempre vistos com seu tanque ventral. O equipamento tem capacidade para transportar 1040 litros de combustível, podendo ser carregado, também, nas asas da aeronave.