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PORTAL G1


App para ajudar na coleta de dados sobre queimadas na Amazônia é desenvolvido em RO

Olhos de Águia foi criado por um analista de Porto Velho. Objetivo do aplicativo é ajudar nas missões de combate às queimadas.

Por Ana Kézia Gomes, G1 Ro — Porto Velho | Publicada em 22/09/2019 14:13

Um aplicativo desenvolvido em Porto Velho ajuda na coleta de informações sobre queimadas na Amazônia. "Olhos de Águia" foi criado pelo analista do Centro Gestor e Operacional do Sistema da Amazônia (Censipam), Mario Fraga, para registrar, por meio de fotos e coordenadas geográficas, novos focos de calor na região.

Conforme o Ministério da Defesa, o aplicativo já começou a ser usado por agentes de órgãos parceiros do Censipam, como Exército, Força Aérea Brasileira e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), durante ações de combate às queimadas.

Ao G1 Mario Fraga disse que a ideia para criação do aplicativo surgiu uma semana depois da assinatura do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que tenta controlar queimadas na floresta amazônica.

O app foi desenvolvido para ser uma nova fonte de informações e melhorar o planejamento das missões de campo.

Como funciona o aplicativo?

"Olhos de Águia" foi criado para ser utilizado por órgãos ambientais, mas não há restrição para civis.

Qualquer pessoa pode baixar o app, que está disponível gratuitamente nos sistemas Android e IOS. Em caso de passar por uma região de queimada, o usuário preenche os campos com informações sobre intensidade do fogo, latitude e longitude. Também é possível enviar uma foto do local.

As referências serão adicionadas ao banco de dados do aplicativo assim que o celular se conectar a internet.

"Minha intenção é ajudar quem está em campo combatendo as queimadas. Se alguém passar por um foco de calor pode marcar aquele ponto no aplicativo e a central de comando vai receber a coordenada geográfica e a foto do local. Com isso, vamos conferir se a informação bate com nossos satélites e então partimos para missões de campo", explicou Mario.

O analista reitera que o aplicativo é uma ferramenta para ajudar na apuração de queimadas na Amazônia e não pode ser usado como fonte oficial sobre o número de focos existentes.

"Se uma pessoa mal intencionada preencher informações falsas no aplicativo é muito fácil de ser rastreada. Antes de sair para uma missão de campo aquele dado é confirmado via satélite", disse.

Ainda não há um levantamento da quantidade de missões feitas a partir do app.

OUTRAS MÍDIAS


PODER AÉREO - Primeiros Gripen E serão configurados apenas para missões ar-ar

Prioridade até 2021 foi estabelecida pelos clientes iniciais, com expansão das capacidades prevista para os anos seguintes

Por Guilherme Poggio | Publicada em 21/09/2019 23:16

As primeiras aeronaves Gripen E a serem entregues para a Força Aérea Brasileira (FAB) e para a Força Aérea Sueca estarão voltadas para a execução de missões ar-ar, como superioridade aérea e interceptação. Esta foi a prioridade estabelecida pelas duas forças.

Mas isto não significa que os caças não terão outras capacidades como ar-superfície e guerra eletrônica. Elas estão incluídas tanto nos hardwares quanto nos softwares previstos para instalação nas aeronaves, e que vêm sendo desenvolvidos nos últimos anos. As demais capacidades serão instaladas, ensaiadas e, consequentemente, certificadas para emprego operacional num futuro próximo.

Esta ordem de prioridades na certificação das capacidades não é algo exclusivo da nova geração do Gripen. Outros caças, em seus processos para atingir as chamadas IOC (certificação de operação inicial) e FOC (certificação de operação final) costumam seguir o mesmo caminho. Como não é possível fazer tudo ao mesmo tempo (por razões logísticas, financeiras e organizacionais) os clientes definiram o desenvolvimento das capacidades ar-ar da aeronave como prioritárias. Não é à toa que temos visto matérias e reportagens sobre voos com mísseis ar-ar e ensaios de alijamento de tanques externos de combustível.

Tudo isto foi detalhadamente definido no programa de ensaios em voo e a aeronave incorporará mais e mais capacidades com o passar do tempo. Esta tarefa está a cargo da divisão de ensaios em voo da Saab e é acompanhada de perto pelo Centro de Ensaios em Voo da FMV (agência de aquisição de material bélico da Suécia) e pela FAB. Tanto a divisão de ensaios em voo da Saab como o Centro de Ensaios em Voo da FMV serão temas de matérias futuras.

No momento, é importante entender as nomenclaturas utilizadas pela Saab durante o processo evolutivo tanto do hardware como do software da aeronave.

Configurações de projeto – Os leitores mais assíduos do Poder Aéreo já conhecem o pacote de atualização da geração atualmente em operação da aeronave: trata-se do chamado MS20 dos caças Gripen C/D. Resumidamente, é um pacote de software em implantação no período 2018-2020 que atualiza a frota de quase 100 jatos dessa geração, em uso na Força Aérea Sueca, com a integração de novas armas, destacando-se o míssil ar-ar Meteor e as bombas do tipo SDB, melhorias nos modos do radar, na conectividade (datalink), na capacidade de reconhecimento em missões noturnas, na navegação e na segurança (incluindo sistema de prevenção de colisão com o solo – GCAS).

Evidentemente, essas atualizações de software envolveram voos de certificação com os novos equipamentos e armas que ela permite incorporar. Ainda que o software responda pela quase totalidade do pacote MS20, há também atualizações pontuais de hardware, em especial na área de CBRN (proteção química, biológica, radiológica e nuclear) para o piloto.

A atualização foi disponibilizada para outros operadores do caça: a República Tcheca já teve sua frota de 14 aeronaves atualizada para o MS20, e no final do ano passado a Tailândia estudava a implantação do novo padrão no seu esquadrão de Gripen C/D.

As atualizações para o Gripen E/F – Em matérias anteriores publicadas aqui no Poder Aéreo, as atualizações do software para a nova geração do Gripen (E/F) foram identificadas como MS21 e MS22 (indicando, pela sequência numérica, que acrescentam capacidades em relação ao MS20 dos caças Gripen C/D) mas agora essa nomenclatura mudou. O motivo é que no programa de ensaios do Gripen E (e futuramente do Gripen F), por se tratar de uma nova geração do caça, com diferenças significativas em relação às anteriores, as principais mudanças não são apenas de software, mas também envolvem parcela considerável de hardware. Sendo assim, a equipe de ensaios em voo da Saab tem adotado uma nova nomenclatura.

Sempre que ocorrer uma mudança de software e/ou hardware na aeronave (em outras palavras, toda vez que a aeronave evoluir, seguindo o planejamento em curso) essa nomenclatura será modificada. A nomenclatura adotada possui uma letra maiúscula seguida de dois números separados pelo símbolo “:”. Até o momento, todas as aeronaves utilizadas no programa de ensaios em voo receberam a nomenclatura “M 1”. Exceção a esta regra é o jato biposto conhecido originariamente, quando foi apresentado em 2008, como Gripen NG Demo (e que passou, anos atrás, a ser denominado simplesmente Gripen 39-7). Embora a aeronave participe do programa de desenvolvimento do Gripen E, em especial nos testes dos sistemas eletrônicos e sensores embarcados, sua configuração de projeto é totalmente distinta dos demais e emprega uma versão modificada do padrão MS20.

A configuração M 1:3 (anteriormente conhecida como MS21) foi introduzida em 2017 e está presente apenas no Gripen 39-8, a aeronave de testes do Gripen E a voar. A partir dessa configuração foram produzidas mudanças e atualizações que geraram a configuração M 1:4, instalada nos jatos 39-9 e 39-10 em 2018.

A quarta aeronave produzida (número de produção 39-6001), que se tornou o primeiro caça brasileiro (matrícula FAB 4100) e o primeiro caça de produção em série, voou com uma configuração diferente (chamada de M 1:6) das anteriores por vários motivos. Primeiramente porque essa configuração foi customizada para a Força Aérea Brasileira (rádios, IFF, sistemas eletrônicos diversos, etc.) e, em segundo lugar porque representa o primeiro Gripen E a voar com o WAD (Wide Area Display – tela de grande área).

Deve-se ressaltar, no entanto, que o 39-6001 não foi o primeiro Gripen a voar com o WAD, pois o jato biposto 39-7 recebeu uma tela do tipo, no posto traseiro, para ensaiar essa nova configuração de painel antes do Gripen brasileiro voar.

Os próximos padrões – Os próximos três Gripen E que já estão na linha de montagem da Saab em Linköping (traremos uma matéria só sobre esse assunto em breve), e seus números de produção são 39-6002, 39-6003 e 39-6004. Eles comporão o primeiro lote (“batch”) de caças da Força Aérea Sueca. Este grupo receberá a configuração M 1:8 e o primeiro deles deverá voar ainda em novembro deste ano. É importante destacar que essas configurações serão atualizadas em conjunto com o andamento do programa de ensaios em voo.

Outro aspecto de destaque é que a geração Gripen E/F incorporou uma mudança significativa no padrão de seus códigos-fonte: os softwares que comandam o voo são separados dos relacionados ao sistema de combate, o que traz muito mais agilidade nas atualizações de cada um.

Seguindo o planejamento atual, no final de 2020 e início de 2021 a Saab, em conjunto com a FMV e a FAB, expandirá as capacidades do Gripen, explorando outras funções da aeronave.

Desta maneira, por volta de 2021 as aeronaves produzidas até aquele ano serão atualizadas com a configuração de projeto denominada N 1 (anteriormente conhecida como MS22), que deverá ser a configuração de série do caça, com incorporação de todas as suas capacidades previstas até o momento, devidamente analisadas e ensaiadas. E as aeronaves que saírem da linha de produção a partir desta época, incluindo o modelo F (biposto), já terão, de fábrica, a configuração de projeto N1 instalada.

Futuramente, como o Gripen é concebido para atualizações graduais, novos números deverão se seguir à nomenclatura N1, conforme mudanças de software (e eventualmente de hardware) forem implementadas para integração de novas armas e sistemas, ao longo das décadas em que os caças estiverem em serviço.