RIO+20
Delegações de dez países virão ao Brasil em voos da Força Aérea e da Embraer
O Ministério das Relações Exteriores, em ação conjunta com o Ministério da Defesa e a Embraer, prepara uma operação para trazer à Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) delegações de 10 países situados no continente africano e Caribe. Os voos partirão dos Estados Unidos e do Brasil no dia 18 de junho, quando inicia a cúpula dos chefes de Estado e de Governo no Pavilhão 5 do Riocentro, com retorno previsto para o dia 23 deste mês. A estimativa até o momento é dos aviões transportarem 66 participantes, mas o número poderá ser ampliado de acordo com a demanda.
As interlocuções mantidas nas últimas semanas pelas autoridades brasileiras dão conta de uso de dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Já a Embraer colocará à disposição duas aeronaves. No movimento da Rio+20, a Embraer, a GE e a Azul Linhas Aéreas Brasileiras se associaram ao projeto que prevê a demonstração do biocombustível de cana de açúcar, denominado combustível “Azul+Verde”. O voo ocorrerá em 19 de junho num Embraer 195.
O transporte das delegações terá duas etapas. Os aviões da FAB partem da Base Aérea de Brasília com destino a São Tomé e Príncipe, Malauí e Serra Leoa. Vão trazer 15 representantes desses países da África Oriental, África Ocidental e Golfo da Guiné, respectivamente. O planejamento de voo prevê pousos nas capitais São Tomé, Lilongwe e Freetown.
Já as aeronaves da Embraer partem de Miami para Barbados, Granada, Antígua e Barbuda, São Cristovão e Neves, Dominica, Libéria e Cabo Verde. Um avião da Embraer seguirá rota pelos países do Caribe. Enquanto isso, o outro fará o trajeto entre Praia, capital de Cabo Verde, e Monróvia, da Libéria, situadas no continente africano, trazendo os delegados para o Rio.
A expectativa do comitê de organização da Rio+20 é da participação de chefes de Estado e de Governo e delegados de 120 países. Até o momento foram confirmados 102 países com atuação direta na conferência das Nações Unidas. A parte principal do evento ocorrerá no Riocentro, numa área de 100 mil metros quadrados que compreendem seis pavilhões.
O principal deles é o Pavilhão 5, onde se realizará o “Segmento de Alto Nível”, entre 20 e 22 de junho, com a participação dos chefes de Estado e de Governo. Antes disso, ocorrerão a 3ª Reunião do Comitê Preparatório que deve fechar documentos a ser submetido ao crivo dos governantes, entre 13 e 15 de junho, e “Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável”, de 16 a 19 de junho, com a participação de representantes da sociedade civil.
Para chegar a uma proposta à Rio+20, diversas organizações vão atuar na Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo. No Parque dos Atletas, nas imediações do Riocentro, os participantes poderão conferir exposições das empresas parceiras e dos governos do estado do Rio e da capital fluminense. No local estará o Espaço Brasil, que ocupará área de 4 mil metros quadrados, distribuídos entre arena central e eixos temáticos.
Segurança da Rio+20
A segurança da conferência está sob os cuidados do Ministério da Defesa que centralizou o planejamento no Estado Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), e é executada pelo Comando Militar do Leste (CML) com participação efetiva da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. A operação terá participação das Polícias Federal, Rodoviária Federal e Militar, e da Guarda Municipal.
O plano de segurança empregará 15 mil profissionais diretamente nos pontos do evento e mais 5 mil militares da FAB, que estarão no reforço das Bases Aéreas do Galeão, Afonsos e Santa Cruz, no Rio. A manobra prevê também a Base de Guarulhos, em São Paulo, e o Aeroporto de Viracopos, em Capinas (SP).
Caças A-29 Super Tucano e F-5EM estarão de prontidão para vigiar o espaço aéreo do Rio de Janeiro durante o evento, além de helicópteros AH-2 Sabre e H-60 Black Hawk e toda a estrutura de radares de controle de tráfego aéreo e de defesa aérea da FAB. Aviões-radares E-99 também serão empregados na vigilância do espaço aéreo da região. Haverá pontos de sobrevoo proibido na cidade, como exemplo, ao redor do Riocentro, que sediará a conferência, num raio que pode variar de 4km a 13km de acordo a programação do evento. Todas as informações referentes à circulação de aeronaves estarão disponíveis aos pilotos por meio de publicações específicas da aviação (NOTAM).
A coordenação do fluxo de tráfego aéreo no Rio de Janeiro estará a cargo do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), da Força Aérea, instalado ao lado do Aeroporto Santos Dumont. De lá serão, transmitidas as orientações de pouso e decolagem das aeronaves no período da conferência. Pelo menos 63 aviões utilizarão o pátio do Aeroporto Internacional Tom Jobim, além das áreas disponíveis em três bases aéreas no Rio de Janeiro. A Força Aérea garantirá a segurança nas bases do Galeão, Afonsos e Santa Cruz, e manterá tropas em prontidão para eventuais emergências.
Pela Força Aérea, unidades ligadas ao Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e Terceiro Comando Aéreo Regional (III COMAR) estarão envolvidas na operação.