LOGÍSTICA
FAB transporta cerca de 900 médicos do programa do Ministério da Saúde
Até a próxima segunda-feira (06/02), a Força Aérea Brasileira (FAB) vai transportar cerca de 900 médicos de Brasília (DF) para as capitais dos estados do Norte e do Nordeste. Os profissionais cubanos integram o Programa Mais Médicos, do Ministério da Saúde, e estão substituindo os médicos estrangeiros que começaram a chegar ao País em 2013 e estão encerrando o ciclo de três anos de trabalho. De sábado (28/01) até esta segunda-feira (30/01), a FAB empregou sete aeronaves para transportar 505 profissionais. Foram usados: um C-130 Hércules, um C-105 Amazonas, dois C-99, dois C-95 Bandeirante e um C-98 Caravan.
“O transporte dos médicos até os Estados em que vão cuidar dos brasileiros é parte fundamental do Programa Mais Médicos. Contamos com o apoio da FAB ao longo de todo programa e, agora, com a substituição dos médicos cubanos que completaram sua missão internacional, a parceria com a FAB continua a nos ajudar a levar médicos para todo o Brasil”, afirma o secretário de Gestão do Trabalho e na Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Rogério Abdalla.
O coordenador do Programa Mais Médicos no ministério da Defesa, Coronel da Reserva do Exército Paulo César Luciano, lembra que a FAB é responsável pelo transporte da capital federal até as capitais estaduais, no processo de acolhimento dos novos médicos. De lá, os profissionais seguem para os municípios alocados com apoio da Marinha e do Exército. Segundo o militar, para facilitar a logística, nesta etapa, foram concentradas as substituições nos estados das regiões Norte e Nordeste. “O ministério da Defesa tem como missão prover o apoio logístico ao programa Mais Médicos do governo federal. Este apoio consiste no transporte e, quando necessário, na hospedagem e alimentação. A FAB transporta até as capitais e de lá até os municípios de alocação. Já os distritos sanitários especiais indígenas são responsabilidade do Exército e da Marinha”, detalha o oficial.
Médicos da família - Os médicos Emília Argelia Don Quiroz e Ernesto Sanchez Rodriguez seguiram, no último sábado (28/01), para Ibiapina no Ceará. O município com cerca de 24,5 mil habitantes fica no interior do estado, a 320 km de Fortaleza. O casal de cubanos é especialista em medicina da família (comunitária) e em farmacologia. Além de experientes em atendimentos em outros países, por duas vezes já integraram equipes internacionais, são professores universitários. “Vamos contribuir com a atenção primária à saúde das famílias desta comunidade, compartilhar com suas condições de vida e aprender com eles”, afirma a médica e professora de farmacologia na Universidade Médica de Carlos J. Finlay, da província de Camagüey.
Na preparação que o grupo teve antes de chegar ao Brasil, eles receberam orientações sobre os principais problemas da população local. “Infecções respiratórias, pressão arterial, diabetes e a própria situação epidemiológica, envolvendo casos de dengue e zika”, relata Ernesto. “Vamos trabalhar para melhorar o estado de saúde da população”, complementa sobre suas expectativas.
Robelkys Cidalon, da província de Guantánamo, vai trabalhar em Bacabal, município maranhense com cem mil habitantes, a 270 km da capital São Luís. Antes de embarcar, o também especialista em medicina da família explicou que a formação deste profissional é voltada para a atenção integral da saúde. “A especialização na medicina familiar proporciona o atendimento à população em geral: crianças, mulheres grávidas e idosos”, explica. Ele já estudou o perfil do município e tem uma ideia dos principais fatores que afetam a saúde naquele local e enfatiza o papel desta especialidade médica. “Fazemos visitas domiciliares dirigidas àquelas pessoas que não podem ir até a unidade de saúde”, conta.
Para a médica Maria Antonia Santana Moura, da província de Camajuaní, que vai trabalhar no município maranhense de Bom Jardim, na divisa com o estado do Pará, a atenção do médico está voltada para a prevenção e promoção da saúde e tem como foco os fatores de risco. “É a atenção primária de saúde, a entrada das atividades de saúde de forma geral. Encaminhamos as atividades de educação para saúde”, afirma a médica. “Trabalhamos para diminuir os fatores de risco dos doentes, pois teremos melhores resultados para a comunidade”, complementa.
Números – As aeronaves da FAB são empregadas na logística do Mais Médicos desde a criação do programa, em 2013. Em quase cinco anos, foram transportados pouco mais de 17 mil profissionais para todo o território nacional. Foram 5.683 médicos transportados em 2013, 7.500 em 2014, 448 em 2015, 2.495 no ano passado e mais 895 até 06 de fevereiro deste ano.