REESTRUTURAÇÃO
FAB cria Pró-Reitoria de ensino em substituição ao CIEAR
Como parte das medidas na reestruturação do ensino da FAB, após diretrizes emanadas pela Diretoria do Ensino (DIRENS), no final de 2016, a Força Aérea Brasileira (FAB) está em processo de criação da Pró-Reitoria de Ensino Especializado e Idiomas (PROEEI), que irá substituir o Centro de Instrução Especializada da Aeronáutica (CIEAR).
Como principais atribuições, uma Coordenadoria Acadêmica agora fica responsável por quatro setores que vão fazer o planejamento, a execução, a avaliação de todos os cursos e os processos de ensino, além de um setor de idiomas, que será responsável por pensar, elaborar materiais didáticos e acompanhar o processo de ensino de idiomas nas escolas.
A atual Comandante do CIEAR, que irá assumir o cargo da Pró-Reitoria, Tenente-Coronel Estela de Magalhães Ambrosio Perez, justifica a necessidade da migração do Centro para uma Pró-Reitoria. “Essa transformação significa o acompanhamento da estrutura da Força para se adequar às necessidades da estrutura acadêmica, determinada pelo MEC”, complementa.
Criação de Pró-reitoria prevê conquistas para a universidade
Atendendo ao requisito de reestruturação do ensino, a Universidade da Força Aérea (UNIFA) agora conta com duas Vice-Reitorias para tratar de cursos militares, e outra acadêmica, com foco na pesquisa. A Pró-Reitoria também surgirá para dar subsídio a essa estrutura e faz parte de um maior reconhecimento legal enquanto universidade.
A medida da reestruturação do ensino ocasionou a centralização das unidades administrativas e trouxe vantagens, uma vez que permitiu que a Pró-Reitoria pudesse dar foco específico à atividade principal: fornecer cursos de ensino especializado, atendendo a demandas específicas da FAB.
A PROEEI mantém o plano pedagógico dos cursos já existentes. Os atuais cursos, até então oferecidos pelo CIEAR, são cursos livres, que não têm equiparação a um curso de especialização ou de extensão universitária, sem validação para efeito do Ministério da Educação. O principal objetivo dos cursos oferecidos é a capacitação e qualificação profissional. Porém, dos 25 cursos atualmente oferecidos, como Medicina Aeroespacial, Educação Física, Ensino, Direito Aeronáutico, Direito Internacional Humanitário, vários serão transferidos para o Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), localizado em Belo Horizonte (MG).
Atualmente a maioria dos cursos de curta duração do CIEAR é presencial. Apenas dois cursos na área de ensino são semi-presenciais e os cursos de idiomas, ponto forte do Centro, que ocorrem à distância.
Os cursos semi-presenciais irão para o CIAAR posteriormente, pois, por serem cursos na área de ensino, dependem de expertises de pedagogia, de tecnologia e de salas para tutores atuarem, o que justifica a necessidade de um tempo maior para a transferência. Já os cursos presenciais não sofrem alteração na carga horária ou na metodologia, uma vez que passaram por recente revisão curricular, em 2014 e 2015, e ainda colhem os frutos dessa revisão.
Por fim, ainda nessa modificação, os cursos de idiomas permanecem sob a responsabilidade da PROEEI indefinidamente. O CIEAR já possui tradicionalmente corpo docente qualificado de professores de inglês e espanhol, além de condições técnicas para ministrar os cursos de línguas, como estrutura de sala já montada, espaço para tutores, geração de mídia, de áudios e vídeos já preparado para o ensino à distância e em utilização.
Cursos listados para o processo de transferência
Segundo avalia a Tenente-Coronel Estela, apenas alguns cursos de curta duração irão permanecer definitivamente na PROEEI. “Ficarão conosco os cursos de Educação Física – pelo fato de a Comissão de Desportos estar localizada na área da UNIFA –; o Curso de Comando da Força Aérea Brasileira, de alunos da ECEMAR, realizado durante duas semanas para assunção de comandos em unidades militares; o Curso de Preparação de Instrutores, para atender à demanda da ECEMAR; Cursos de curta duração para a Escola do Comando e para a Escola de Aperfeiçoamento, e o Curso de Adaptação ao Idioma e à Cultura Brasileira – para atender aos estrangeiros que vêm fazer cursos nas escolas do campus na UNIFA. Esses serão os que ficarão sob a responsabilidade do PROEEI, ao longo do tempo”, informou.
No processo de transferência, em 2017, alguns cursos já migraram para Belo Horizonte. Porém o CIEAR está realizando o acompanhamento e levando toda a expertise para lá, o que significa que não haverá perda na qualidade. Os Cursos de Medicina Aeroespacial, de Administração de Pessoal (do COMGEP), e parte do Curso de Instrutor de Doutrina Militar já estão sendo ministrados na unidade do CIAAR. “O planejamento da transferência prevê que, em 2020, os últimos cursos de Polícia Judiciária e de Direito Internacional de Conflitos Armados finalizem o processo de mudança para uma nova unidade”, contextualiza a Oficial.
Novidade metodológica no ensino de inglês nas escolas AFA e EPCAR
O interesse da FAB da melhoria no conhecimento de seu efetivo pode ser aplicado também nas escolas de formação base. O ainda CIEAR recentemente assumiu a responsabilidade do ensino de idiomas também nas escolas de formação. Neste sentido, a Academia da Força Aérea (AFA) e a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR) estão implementando uma nova metodologia de ensino presencial da língua inglesa de sete anos, o que irá permitir, no futuro, melhor comunicação escrita e oral no trato com autoridades de forças aéreas estrangeiras, por exemplo. O objetivo é dar subsídio processual para essas mudanças, e buscar que os militares de carreira atinjam níveis preconizados pelo Marco Comum Europeu de Referência para Línguas (MCER), padrão internacional de qualidade.
“Trabalhamos no planejamento e na nova estrutura de formação continuada de sete anos de estudo de idioma, iniciando, gradualmente, com três anos na EPCAR, de Barbacena (MG), e terminando nos últimos quatro anos, na AFA, em Pirassununga (SP). O diferencial da metodologia é a capacidade do aluno que vamos trabalhar para que, ao final do curso, o aluno seja fluente em língua inglesa, de acordo com os parâmetros e com as normas de língua inglesa estabelecidas”, revela.
A finalidade do curso é fazer com que o oficial, ao final dos sete anos, seja capaz de se expressar nas quatro modalidades linguísticas, estabelecidas pelo Marco Comum Europeu. "Segundo estudo realizado, após o período extenso do curso, estatisticamente haverá pouca perda linguística, o que contribuirá para a formação continuada, de maneira a utilizar esse conhecimento em posteriores trabalhos monográficos da EAOAR, ECEMAR, mestrado profissional ou utilizado em missões no exterior", finaliza.
Leia amanhã a reportagem especial sobre reestruturação do ensino e principais mudanças na Escola de Comando e Estado Maior da Aeronáutica (ECEMAR).
Fotos: Cabo Feitosa e Sgt Johnson/ Agência Força Aérea