NOTAER
Falsos investimentos
Por conta da inflação, o poder de compra do dinheiro se reduz com o passar do tempo. Por isso, é preciso investir de forma adequada para que, no mínimo, as reservas sejam corrigidas pela taxa de inflação ou acima dela. O problema é que nem todo investimento compensa. Os exemplos abaixo têm característica comum: baixa rentabilidade. O NOTAER consultou o especialista em Finanças Pessoais da empresa Libratta, Rogério Olegário, que é Tenente-Coronel aviador da reserva, para saber por que são opções ruins de investimento.
Consórcio
O problema aqui são as altas taxas de administração, em torno de 16% ao ano. Consórcio traz vantagem somente para quem é contemplado primeiro, porque já começa a usufruir do bem e pagará menos do que o valor de um financiamento. Algumas pessoas, quando contempladas – por sorteio ou por lance – preferem não pegar o dinheiro e deixar que a administradora o aplique, para receber o dinheiro corrigido. No entanto, as administradoras não costumam escolher a melhor opção de investimento, fazendo o dinheiro render pouco.
A alternativa é poupar dinheiro e aplicá-lo em fundos mais rentáveis, levando em conta a liquidez, que é a possibilidade de fazer o saque. Se a meta for comprar uma casa ou um carro, por exemplo, você pode optar por investimentos com baixa liquidez, quando é necessário esperar um período maior para resgatar o dinheiro. Já se o plano for uma viagem ou um eletrodoméstico, por exemplo, opte pelas opções com liquidez diária.
Capitalização
É um jogo, não um investimento. Não tem liquidez: o dinheiro fica preso até o final do prazo. Apenas parte do montante é corrigida por uma taxa de juros bem abaixo da poupança. Se você usa títulos de capitalização com a desculpa de que não tem o hábito de poupar, a dica é recorrer a depósitos programados, por exemplo, no Tesouro Direto. Além disso, há corretoras que fazem aplicações automáticas em ações
Previdência Privada
Os planos de Previdência Privada cumprem o que prometem: o contratante terá uma renda na velhice. No entanto, é possível multiplicar o dinheiro ainda mais se a pessoa optar por outras formas de investimento. Os planos de Previdência Privada oferecem baixa rentabilidade – a maioria dos fundos rende menos que a poupança. Baixa liquidez (penaliza resgates feitos antes do prazo do vencimento). Altas taxas administrativas, por exemplo, carregamento (sobre cada depósito ou contribuição), gestão (anual) e saída (no momento do resgate). E para piorar não têm cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que é a garantia dada pelo governo de que seu investimento de até R$ 250 mil será preservado em caso de falência da instituição bancária.
Poupança
Aplicação mais popular do país, com o tempo, a poupança deixou de ser atrativa, porque oferece uma das mais baixas rentabilidades, que não cobre a taxa da inflação. Por isso, é preciso buscar outras formas de investimento para preservar o valor do dinheiro. Além disso, a poupança só computa a rentabilidade nos aniversários mensais. Se o investidor deposita um valor no dia 5 e saca no dia 20, não terá tido rentabilidade correspondente a esses 15 dias. O rendimento só seria obtido no dia 5 do mês seguinte. A poupança costuma ser a porta de entrada no mercado. A partir daí, é hora de partir para opções mais vantajosas.
Para saber mais sobre investimentos e educação financeira, acesse: www.vidaedinheiro.gov.br